Segundo dia de greve de professores 2014.1
18/03/2014 15h08 – Atualizado em 18/03/2014 15h08
Suspensão de aulas noturnas pauta segundo dia de greve de professores
No Amapá, aulas noturnas em algumas escolas estaduais foram suspensas.
Secretaria de Educação aponta evasão escolar como uma das causas.
John Pacheco Do G1 AP
O segundo dia de paralisação dos professores e funcionários da educação do Amapá levou educadores a mais uma caminhada pelo Centro de Macapá na manhã desta terça-feira (18). Um grupo de profissionais protestou na frente da Secretaria de Estado da Educação (Seed) criticando a ação da pasta que suspendeu as aulas no período noturno em algumas escolas da capital, como Castelo Branco e José de Anchieta, justificando o fato à baixa procura e aos índices elevados de evasão escolar.
O Sindicato dos Servidores Públicos em Educação do Amapá (Sinsepeap) reclamou que além da suspensão, houve redução no horário das aulas noturnas, que passaram a encerrar às 22h, quando normalmente encerravam às 22h50, o que dava aos professores direito ao adicional noturno no salário.
(Foto: John Pacheco/G1)
“Um direito dos professores foi retirado, a partir de agora as aulas encerram às 22h, com isso o profissional deixa de receber o adicional noturno porque dá menos aulas por dia, aumentando o calendário de 200 para 234 dias letivos, o que é quase certeza que as férias de janeiro estarão comprometidas”, reclamou o educador Ailton Costa.
A Seed informou que desde 2013 faz um levantamento em todas as escolas da rede estadual, apontando dados que justificam a medida. “É claro isso na secretaria, muitos professores nos últimos anos começam uma turma de 30 alunos e terminam com 6 ou 5, vamos ver em que escolas é necessária essa permanência, mas sem deixar de atender a nenhum bairro”, afirmou Rosinete Rodrigues, coordenadora de Educação Básica e Profissional.
Básica e Profissional da Seed
(Foto: John Pacheco/G1)
O pagamento de adicional noturno, também suspenso, poderá retornar após o levantamento, segundo Rosinete. “A secretaria não está se omitindo para não pagar o adicional, estamos apenas vendo em que escolas há a necessidade. Nos próximos meses ao fim desse relatório vamos voltar com o horário comum da noite e pagar o adicional a quem merece. Essa quantidade de professores que não atuarão durante a noite vai suprir as carências nas escolas durante o dia”, reforçou a coordenadora.
Os educadores avaliam que a redução na oferta de aulas noturnas prejudicará pessoas que trabalham durante o dia e estudam durante a noite. “Já é difícil trabalhar e estudar, e esse aluno ainda se vê na chance de procurar uma escola e lá não ter aula durante a noite. Isso aumentará muito mais a desistência da educação”, completa o professor.